Enquanto o petróleo for mais valioso do que a água
21/01/2005 13:05
De manhã, ao chegar no trabalho, tenho o hábito de antes de começar a labuta, ler os principais sites de notícias. Não ultimamente, me surpreendo com o mesmo pensamento: “Mais mortes no Iraque” e nem leio a matéria na íntegra. “Deve ser mais do mesmo”.
Hoje, resolvi analisar melhor o que acontece no Iraque. As eleições estão por vir – marcadas para 30 de janeiro – sendo parte do País favorável e outra não. Os xiitas, que representam 60% da população, são favoráveis, pois, teoricamente, conseguirão eleger um representante. Os sunitas, minoria neste País mas maioria entre os islâmicos no mundo – cerca de 90% - são contra e, segundo a mídia, responsáveis pelos atentados que têm sido realizados no Iraque.
Assim como com os cristãos, divididos entre católicos e protestantes, é essa divisão entre sunitas e xiitas. Estes acreditam que os descendentes familiares de Mahommed são os únicos que têm a chave para interpretar corretamente os ensinamentos do Islã (Deus). Na vertente oposta, os sunitas pregam que a autoridade espiritual pertence à comunidade como um todo.
Fica claro que os xiitas têm uma postura mais ‘radical’ e é aí que reside o problema. Especialistas apontam que após as eleições é que a situação no Iraque vai piorar. Que os xiitas já estão se posicionando para criar um regime no estilo do Irã, “com o estabelecimento do islamismo como religião oficial e a imposição gradativa da dura lei islâmica ao país de maioria secular”, segundo o jornalista norte-americano Stewart Powell.
Com tal pretensão, já se pode imaginar que rumos teria a segunda maior reserva de petróleo frente à ocupação norte-americana e possíveis aliados vizinhos... Se a situação no Iraque só tem se agravado, a tendência não é a melhora após as eleições... A nós, no Brasil, só resta agradecer por não vivenciamos essa tentativa dos EUA em libertar o povo daquela nação... Pelo menos enquanto o Petróleo for mais valioso do que a água.
Link interessante:
UOL
6 Comments:
Em 21/01/2005, às 16:47:51, João Carlos Amaral disse:
Olá, Louise...
Essa maioria (xiitas juntamente com os curdos) era humilhada e excluída no regime de Saddam Hussein. Será que eles (xiitas), se eleitos, unirão o revanchismo ao radicalismo? Se os curdos chegarem a um pedaço do Poder, não vão reivindicar a formação do Curdistão? Mais invasões e mais repressão? Garantidas pela "democracia"? Democracia não é apenas uma votação, tem que haver primeiramente a consolidação de várias instituições.
Em 21/01/2005, às 20:20:56, Walter Marlowe disse:
Legal sua reflexão. O Iraque submergiu como nação, está conflagrado não só pela guerra de resistência ao domínio invasor mas vem à baila um proceso de "libanização", mergulho no caos da guerra civil, entre as facções sunita, xiita, curda e outras, há muito previsto, exceto pelos "eleitos" do Departamento de Estado .
Agora há pouco bombas (leva-se a crer que de partidários sunistas) inrromperam em casamento e mesquita xiitas.
Não sei se seriam os xiitas no caso, os mais radicais. A Al-Qaeda e seu braço iraquiano são sunitas, o que não leva, em absoluto, a generalização de todos sunitas ou xiitas.
Bush pai prometeu mundos efundos aos xiitas para que derrubassem Saddam Hussein; Saddam esmagou com mão de ferro a insurreição xiita no sul do Iraque e agora Bush filho promete :"Quando vocês lutarem por sua liberdade, lutaremos com vocês.. "
O antigo aliado dos EUA, o fanfarrão e agente da CIA (mais um ao estilo Nin laden, Noriega, Saddam..) Ahmad Chalabi está com prisão decretada pelo governo fantoche de Alawi.
Não precisa esclarecer o modelo de liberdade em questão.
Existe ainda explicações geopolíticas determinantes; um domínio xiita, ao que tudo indica o resultado mais provável com a "eleição" implica na influência iraniana no Iraque. Os EUA miram agora o Irã.
Em 24/01/2005, às 13:51:41, Louise disse:
Isso ai João, a gente sabe que essa invasão no Iraque não tem nada a ver com democrafcia, mas com o interesse dos EUA no petróleo iraquiano... Não que o Sadam estivesse fazendo um bom trabalho, fica até difícil entender o que é certo ou errado em um País tão dividido quanto o deles... Ruim é perceber que a situação lá só tende a piorar.
Em 24/01/2005, às 13:54:26, Louise disse:
Walter, bem pertinentes suas colocações. Também acho que com a vitória xiita, o Iraque criará um elo forte com o Irã. Agora, o que eu queria mesmo era que o Sadam pudesse falar, houvesse um interrogatório, para que ele pusesse a boca no trambone, revelasse todo esse joguinho político dos EUA... Seria muito bom...
Em 31/01/2005, às 20:27:02, Jonas Gonçalves | página pessoal | e-mail disse:
Louise e demais,
O plano de dominação do petróleo mundial, arquitetado por George Walker Bush e seu séquito, apoiados pelos magnatas do "ouro negro", já está traçado há muitos anos. Para ser mais exato, desde a ofensiva contra o Iraque na chamada "Guerra do Golfo", em 1990.
Tudo se torna claro quando se relembra a real intenção daquele conflito: retirar o Iraque do território do Kuwait, que apesar de ter uma área territorial irrisória, é um país exportador de petróleo. Assim como o próprio Iraque.
É muito mais fácil manter o controle desses países do que depender de seus líderes, nem sempre receptivos aos Estados Unidos. Alguns deles até os chamam de "Grande Satã".
Pois bem, catorze anos se passaram até que Bush ordenou, a exemplo de seu pai, a invasão do Iraque. Desta vez, o objetivo era bem claro: tirar Saddam Hussein do poder e colocar um governo aliado dos EUA ali. Apesar das milhares de mortes já contabilizadas, a maioria iraquianos, tudo está correndo conforme o planejado, incluindo as eleições de ontem.
Agora, será a vez do Irã, outro componente do chamado "eixo do Mal". Além de Irã e Iraque, a Coréia do Norte também é incluída. O escudo do governo americano é alegar que esses países produzem "armas de destruição em massa".
É comovente essa preocupação americana em proteger o mundo desses "selvagens" que produzem armas atômicas para abastecer o terrorismo e destruir a parte "civilizada" do planeta, não acham?
Nada mais patético e sintomático da era atual, baseada única e exclusivamente em combater ameaças que não existem, só para justificar os bilhões de dólares gastos em armamentos.
Como questionou Michael Moore no ótimo "Tiros em Columbine": de quê exatamente os americanos têm tanto medo?
Minha humilde contribuição para o entendimento desse enigma: o medo é de perderem o domínio sobre nosso pobre planeta.
Bonjour, primeirocontramare.blogspot.com!
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